Araucária promove curso para profissionais de segurança sobre a Lei Maria da Penha
10/04/2025
(Foto: Reprodução) Capacitação reúne agentes de outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba e aborda legislação, acolhimento e atuação em rede. A Guarda Municipal de Araucária (GMA) realiza até o dia 10 de abril, em sua sede, o 1.º Curso de Patrulha Maria da Penha. A capacitação é voltada a profissionais da área de segurança pública do município, com a participação de guardas municipais de Campo Largo, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, São José dos Pinhais e Telêmaco Borba, além de policiais militares do 29.º BPM de Pinhais.
Promovido pela Patrulha Maria da Penha de Araucária, o curso tem como objetivo formar agentes aptos a atuar no atendimento de vítimas de violência doméstica, com foco na aplicação da Lei Maria da Penha e no fortalecimento da rede de proteção. A capacitação inclui temas como legislação específica, abordagem humanizada e estratégias de articulação interinstitucional.
Para a juíza Débora Redmond, a iniciativa representa o compromisso renovado da rede de proteção com a dignidade da mulher e o enfrentamento à violência doméstica. “A Patrulha Maria da Penha é muito mais do que uma política pública de segurança. Ela simboliza o elo entre o poder judiciário, o sistema de justiça e as mulheres que, por tanto tempo, tiveram suas vozes silenciadas”, destacou.
A magistrada enfatizou ainda a importância da atuação conjunta entre os diversos órgãos e profissionais. “Trata-se de um esforço coletivo para garantir que medidas protetivas não fiquem apenas no papel, mas sejam efetivamente acompanhadas e respeitadas. Cada decisão judicial nessa área carrega o peso de proteger vidas e evitar que mais uma estatística se transforme em tragédia”, sublinhou.
Já a juíza substituta da Vara Criminal de Araucária, Marina Pasqualoto, ressaltou que aproximadamente metade dos cerca de 8 mil processos da comarca está relacionada a casos enquadrados na Lei Maria da Penha. “Infelizmente, essa é a nossa realidade e também do país. Quando uma mulher liga pedindo ajuda, está tentando romper um ciclo de violência. Se nesse momento não houver um acolhimento técnico, mas também humano, a chance de ela retornar ao agressor é muito grande”, afirmou.
Segundo Marina, os profissionais de segurança são essenciais nesse processo: “São vocês que estão na linha de frente. É fundamental que atuem com sabedoria e sensibilidade para conduzir essas situações com o cuidado necessário”, concluiu.