Paciente sofre necrose em parte íntima após harmonização, e denúncia leva à prisão de fisioterapeuta em Curitiba, diz polícia
10/04/2025
(Foto: Reprodução) Darlan Carlos, de 38 anos, foi preso por falsificar medicamentos e por exercício ilegal da medicina, conforme Polícia Civil. Profissional nega acusações. Fisioterapeuta Darlan Carlos, de 38 anos
Redes sociais
O fisioterapeuta Darlan Carlos, de 38 anos, foi preso em Curitiba após a denúncia de um paciente de 41 anos, que relatou ter sofrido necrose em parte íntima depois de passar por um procedimento de harmonização realizado pelo profissional. A prisão aconteceu na segunda-feira (7).
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Segundo o boletim de ocorrência, dois dias após o procedimento de preenchimento, o paciente iniciou um quadro de inchaço e fortes dores. Ele relatou ainda que buscou a orientação de outro profissional, que constatou a presença de uma inflamação e risco de necrose.
Darlan foi preso suspeito de falsificar medicamentos, armazenar e vender produtos impróprios para consumo e também por exercício ilegal da medicina, segundo a Polícia Civil.
A vítima disse à polícia que não sabia que Darlan não era médico e que o profissional não havia usado o produto autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nas redes sociais, Darlan reúne mais de 10 mil seguidores e divulga temas relacionados à harmonização íntima masculina.
Em nota, a defesa do fisioterapeuta disse que ele nega com veemência as acusações e afirma que sempre agiu com ética e respeito, dentro das normas do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito).
"Destacamos que o processo está em andamento e que o Sr. Darlan Carlos tem colaborado integralmente com as autoridades competentes para o completo esclarecimento dos fatos", disse a nota.
Homem é preso suspeito de exercício ilegal da medicina
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Irregularidades
Depois da denúncia, na segunda-feira, policiais e fiscais da Vigilância Sanitária foram até o consultório de fisioterapia pélvica do homem e encontraram diversas irregularidades como transporte de materiais médicos descartáveis (seringas e agulhas) em mochila, armazenamento de Botox sem refrigeração e sem nota fiscal e lixo hospitalar descartado em lixo comum.
O suspeito atuava, além de Curitiba, nos municípios de Balneário Camboriú (SC), Campinas e São Paulo (SP), e Rio de Janeiro.
Fisioterapeuta é preso em Curitiba por falsificar medicamentos e por exercício ilegal da medicina
PCPR
Procedimentos eram mais baratos, diz polícia
De acordo com a delegada, os pacientes eram atraídos pelos preços abaixo da média de mercado.
"Havia um paciente lá sendo atendido que veio de Goiás até Curitiba porque o procedimento daqui, feito por esse fisioterapeuta é muito mais barato. O procedimento com médico ficaria em torno de R$ 30 mil e ali o paciente pagava entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil", explicou Manzatto.
No consultório, a delegada explicou que produtos como cânulas, ácido hialurônico e anestésicos estavam sem registros da Anvisa.
A delegada informou ainda que foram localizados também materiais vencidos, frascos sem identificação e hialuronidase manipulada para preenchimento intradérmico, que é proibido para esse fim.
A Vigilância Sanitária interditou o local e o homem foi encaminhado ao sistema penitenciário. Somadas as penas pelos crimes cometidos, ele poderá cumprir até 22 anos de prisão, conforme explicou a delegada.
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